quinta-feira, 18 de junho de 2015

B. balouça, estrebucha mas...

Elevador avariado, uso de escadas obrigatório, claro. 
Aconteceu no meu prédio há uns dias atrás e só nos restou a descida normal pelas escadas. 
B. mal tinha acabado de se levantar e espreguiçar estranhou aquela violência matinal, não costumeira.  Lá fez a descida de três patamares até à porta de saída do prédio. A quanto obriga fazer a sua higiene matinal nos jardins contíguos ao prédio. Porque razão não ter um mini jardim no nosso próprio andar? Arrelvar uma varanda é caso para aprofundar, principalmente para os dias chuvosos e frios do inverno. 
Mas o caso sério aconteceu quando já de regresso ao lar doce lar e para receber o seu habitual biscoito de recompensa que serve, simultaneamente, de entrada para o resto do pequeno almoço(pão torrado barrado...com mais pão torrado), ele gosta de sentir aqueles barulhos estaladiços do pão a partir-se na sua boca e,  ao subir-mos as escadas ele ficou para trás, no primeiro patamar, com parede vidrada, a ver as últimas flores do jardim ou se descortinava alguma "catraia" atrasada no horário matinal.
Eu, continuei no meu ritmo certinho, a subir as escadas, até que senti a trela esticada no máximo. Puxei um pouco, para ver se B. se dignava a seguir-me. Continuando a sentir a trela esticada, eu, puxei mais um pouco e estranhei o seu peso anormal. Olhei para baixo e vejo-o completamente pendurado pela coleira, debatendo-se com as suas quatro patitas, tendo como fundo a cave que dá para as garagens, a uns bons cinco metros de altura.
Tentativa de suicídio,  (que eu saiba ele não tinha economias no B.E.S.), ou a curiosidade em ver para onde dava o vazio entre as escadas em caracol e que coincidiu com a minha puxada da trela? Desci rapidamente, mas ao chegar à sua beira, ele já tinha conseguido sair daquela situação(como não sei) e estava com aquele olhar tão característico de olhinhos inocentes, de carneiro mal morto, meio atónito. Mandei-o rezar um padre-nosso e três avé-marias, adaptadas à sua condição de ser vivo e, em troca, deu-me umas lambidelas nas costas da minha mão, sinal de que tudo estava bem com ele. 
Não tinha passado de mais uma (des)aventura que acabou sem mazelas. Ainda hoje, não me sai da retina o seu estrebuchar típico de  condenados à forca e, logo comigo, a fazer de seu verdugo.
O que mais nos acontecerá?!

 

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