terça-feira, 31 de outubro de 2017

O escoamento da castanha transmontana



Estamos na época alta da apanha e venda da castanha transmontana. 
A apanha é feita ainda pelo método artesanal, isto é, lombo dobrado, mãos calejadas a apanhar uma a uma a castanha que entre os ouriços caídos espera que uma alma caridosa a tire da exposição solar, este ano deveras impiedoso. Tão impiedoso que a castanha com a falta de água e excesso de calor já é apanhada meia "pilada", de tão ressequida. Em muitos casos os ouriços secaram e caíram cedo demais das árvores e as castanhas, pouco desenvolvidas, ficaram presas dentro deles. Tornou-se muito mais difícil a sua extração. A qualidade e quantidade ressentiram-se destes dois fatores e por tabela está a ser entregue aos compradores "intermediários" a um preço inferior ao dos anos transatos. Mesmo assim é o grande suporte monetário do agricultor desta zona. Nestes dois últimos fins de semana(sábados) tem sido um continuar de carregamentos para as carrinhas de caixa aberta e para carros particulares que fazem o escoamento deste produto de excelência.
Neste próximo fim de semana 3, 4 e 5 de Novembro decorrerá em Carrazedo de Montenegro a festa e feira anual da castanha. A RTP estará presente e mostrará ao resto do país as mil e uma maneiras de confecionar aquele precioso fruto. Tinha "piada" se de tanto precisa e pedida, a chuva bem como o frio aparecessem FINALMENTE, naqueles dias festivos. 
A jeropiga, bebida típica do S. Martinho, também deverá estar presente no certame pois acompanha às mil maravilhas umas boas castanhas assadas. A jeropiga é uma bebida alcoólica tradicional em Portugal e é preparada adicionando aguardente ao mosto de uva para parar a fermentação.É uma bebida mais alcoólica que o vinho mas, num dia frio e chuvoso, um cálice deste produto dá outro valor ao sabor da castanha assada.  

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Prá fogueira ... já

















O Juíz que anda nas bocas do mundo por causa da mulher adultera versus violência doméstica focou uma frase sobre adultério tirada de um contexto na Bíblia e caiu o Carmo e a Trindade. Foram rebuscar logo outros casos deste mesmo juíz e encontraram um outro seu parecer em que admitia ser razoável dar uns piparotes e umas galhetas num filho(educadíssimo, claro) e caiu o Carmo e a Trindade. Começo a pensar que este juíz ou tem pacto com belzebu ou quer ir parar à fogueira da nova inquisição(modelo século XXI). E como esta nova Inquisição precisa de desvios mediáticos, anestésicos do povo.
Os fogos e todas aquelas desgraças devem cair no esquecimento o mais depressa possível. As selfies do Presidente já não têm o impacto que tinham, o caso dos e-mails já não fazem rir ninguém, procure-se temas novos tipo "pesca da sardinha" interdita em 2018, para ajudar a desviar as atenções. Se ainda não foram totalmente desviadas então lance-se um caso de violência doméstica, ainda por cima com adultério pelo meio, que é um tema que tem sempre muita audiência/paranóia garantida e as atenções/pressões sobre o escândalo dos fogos em Portugal passarão finalmente para segundas núpcias. 
Já li tanta informação/desinformação sobre este caso de violência doméstica que chego à conclusão que só eu é que não sei o quanto a adultera enfardou, como enfardou e de quantos enfardou. É que já li ter também enfardado do ex-amante. Afinal, essa adúltera deve ser um bom "copinho de leite" e deve gostar de beber pelas palhinhas. Proponho que seja agraciada com uma medalha nacional e seja elevada a Come(nda)dora.  

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

O VIRA-CASACAS




OLHARES QUE SE CRUZAM,

DESEJOS QUE SÃO FORMADOS.

OLHARES QUE ALCANÇAM,

DESEJOS INTERIORIZADOS.






MÃOS QUE SE TOCAM,

SENTIMENTOS FAMINTOS.

MÃOS QUE SE AFASTAM,

SENTIMENTOS EXTINTOS.





domingo, 22 de outubro de 2017

Algumas ...alentejanas


1º Lema do alentejano:

Mais vale uma mão inchada do que uma enchada na mão.

2º Lema do alentejano:

Mais vale morrer de frio do que trabalhar para aquecer.
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Sabem como é que os alentejanos andam de bicicleta?

mãos na guiadera

pés na pidalera

cu na sentadera

cornos n'azinhera
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O que fazem 17 alentejanos à porta de um cinema?

Estão à espera de mais um,  porque o filme é para M/18.
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O que é que os alentejanos fazem no fim de um dia de trabalho?

Tiram as mãos dos bolsos!
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Onde é que os alentejanos guardam o dinheiro?

Debaixo de uma enchada. Ninguém lá toca!

sábado, 21 de outubro de 2017

Eu vi tudo ...e tudo


Estes dois cães, quando se encontram na aldeia, são inseparáveis em quase tudo. Normalmente, o cão citadino segue, dentro das suas possibilidades atléticas, o cão campestre. E não há muitos obstáculos que demova o pequenote citadino e o faça desistir. É demasiado orgulhoso para se dar por incapaz. Mas há coisas que não podem fazer ao mesmo tempo e aí a vez é naturalmente cedida ao mais...apetrechado. E realmente o caso que presenciei foi mesmo caso de apetrechamento adequado. 
Logo a seguir ao almoço costumo passear os dois cães por caminhos que não darão, em princípio, possibilidade a dar de caras com outros  cães da aldeia e arredores. Só que desta vez, a meio do nosso percurso, ouvimos e vimos a umas boas duas centenas de metros uma cadela presa por um cadeado a ladrar à entrada de um barracão,  situado numa propriedade vedada por muros mais ou menos altos, na periferia da aldeia. Quando dei por ela, já os dois galfarros se tinham metido pelos campos adentro e subindo e descendo muros, lá chegaram ao pé da cadela. Durante uns bons minutos vi as tentativas falhadas dos cães para montar a cadela, só que tantas vezes foi o cântaro à fonte que se partiu e o Nodi foi o feliz contemplado com uma "rapidinha" pós almoço. Do Blakkk só via o seu rabo dar a dar com uma velocidade louca e tentando também saltar para o meio da contenda. Como o caso demorava a ter fim, resolvi triste e sozinho, voltar para casa e ver o resto do telejornal. Passados uns bons minutos chegou o Nodi, ofegante, língua de fora, todo feliz da vida por se ter candidatado, mais uma vez, a ser pai de Nodinhos. O Blakkk, demorou um pouco mais a chegar e não sei se também molhou o bico ou não. O que é certo é que o Nodi nesse mesmo dia, passou a tarde a dormir e, mal jantou, pôs-se na alheta.  Nunca mais o vi. De manhã, fiz as malas e vim embora  para a cidade sem saber mais dele. Provavelmente, passou a noite a cortejar aquela cadela. Vida de cão é dura porque, cão que se prese, não tem horas certas para despachar os trabalhinhos que lhe apareçam pela frente quer seja dia ou noite, faça frio ou calor. O seu instinto animal sobrepôs-se à nossa relação de grande amizade. E ainda bem porque as nossas despedidas são sempre de ficar com o coração apertado e com os olhos embaciados. Custa-me muito ver aquele olhar meigo ficar a olhar para o carro que parte, uma vez mais...para um mundo seu  desconhecido! PORQUÊ, pensará ele? 

Para bom entendedor...



À primeira vista este banco de jardim, neste dia outonal, pode ser "classificado" como um banco de jardim normal, com algumas folhas caídas no seu "colo" que lhe dá um certo ar nostálgico. Mas, se formos um pouco mais perspicazes, repararemos numa frase escrita (marcada) na tábua superior do lado direito que diz "O lixo deste banco é nosso". Ora, posso induzir que quem "profanou" aquele banco, poderia ser porco e incivilizado mas que tinha uma grande afeição pelo seu lixo e até um certo humor. Posso também induzir que aquele pseudo lixo que já lá não está, foi desviado, roubado ou certamente transportado para uma papeleira ou contentor, quiçá em offshore, por alguma alma caridosa mais amiga do ambiente mas, se calhar, menos dada a humorismos porque se fosse séria e tivesse um pouco de humor, não mexeria no lixo que não era dela e poderia ter  escrito(marcaria) na tábua por baixo daquela outra, algo como isto "não és digno de te sentares  mais neste património, vai-te sentar numa lixeira, que é onde podes inspirar e expirar melhor o teu lixo humorístico"! E desenharia um boneco das Caldas logo a seguir à palavra...património. 
Já anda por aí tanto banco com lixo tóxico que, pelo menos, este deveria ser só lixo limpinho, limpinho!


sexta-feira, 20 de outubro de 2017

O gato do alentejano


Um alentejano queria livrar-se do chato do seu gato. Para o concretizar, levou-o e deixou-o numa esquina distante e voltou para casa.
Quando chegou a casa o gato já lá estava.
Levou-o novamente, agora para mais longe.
No regresso, encontrou o gato calmamente em casa.
Fez isso mais umas três vezes, cada vez indo para mais longe, e o gato voltava sempre para casa.
Furioso, pensou:
-"Vou lixar este gato, de vez!"
Pôs-lhe uma venda nos olhos, amarrou-o, meteu-o num saco opaco e colocou-o na mala do carro.
Subiu à serra mais distante, entrou e saíu de diversas estradinhas.
Deu mil voltas... e acabou por soltar o gato no meio do mato.
Passadas umas horas, o alentejano liga para casa pelo telemóvel.
-Tá Maria, a porra do gato já chegou a casa?
-Já...
-Ainda bem, deixa-me falar com esse cabrão porque eu estou perdido!!!!!

terça-feira, 17 de outubro de 2017

A Natureza é persistente

Nem há um mês, o fogo reduziu a cinzas, naquela zona, tudo o que era verde e tinha vida. Pois, mesmo sem chuva, com temperaturas altíssimas, para a época, já se começam a ver os primeiros rebentos a mostrarem-se por toda  aquela zona atingida pela catástrofe. A Natureza é persistente e não se dá por vencida, voltará em força, quer alguns energumenos queiram ou não.  





sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Nem um arrozinho de cabidela



HUMOR: COMUNISTA ALENTEJANO


- Se tivesse dois apartamentos de luxo, doaria um para o  partido?
- SIM, respondeu o alentejano.
- E se tivesse dois carros de luxo, doaria um para o partido?
- SIM, respondeu novamente o valoroso militante.
- E se tivesse na conta bancária um milhão de euros, doaria 500  mil para o partido?
- SIM, é claro que doaria, respondeu o orgulhoso camarada.
- E se tivesse duas galinhas, doaria uma para o partido?
- NÃO, respondeu o camarada.
- Mas, porque doaria um apartamento de luxo, se tivesse dois, um carro de luxo se tivesse dois e 500 mil se tivesse um milhão, mas não doaria uma galinha se tivesse duas?
- Porque duas galinhas eu tenho, PORRA!

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

UUFFA!!!


Quando visitei o País Basco, no mês de Setembro, fiquei bastante impressionado com o número de peregrinos que passaram por mim, a caminho de Santiago. Casualmente, abri hoje um link num diário desportivo que mostrava dados mais precisos sobre o número de peregrinos idos de vários pontos da Europa. Fiquei a saber que o Caminho Português da Costa é o segundo itinerário mais percorrido no "ranking" dos sete principais Caminhos de Santiago, surgindo depois do Caminho Francês. Este percurso registou entre janeiro e outubro 158.065 mil o que representa 59,5% do total dos peregrinos a realizar os Caminhos de Santiago em 2017. O "nosso" Caminho Português da Costa registou entre janeiro e os primeiros dias de outubro 52.902 mil, um valor que representa 19,9% do total de peregrinos que chegaram a Santiago de Compostela naquele período. 
Juntando o  prazer de fazer caminhadas à fé que move aquelas pessoas, devem ser estímulos mais do que suficientes para ajudar a percorrer todas aquelas distâncias...numa boa. UUFFA!!!


domingo, 8 de outubro de 2017

Pólo Aquático




Hoje, no jogo com a Lituânia, vitória de 16-7, a seleção portuguesa mostrou que aquele percalço  com a Ucrânia, derrota 10-11, já são águas passadas. Tem mesmo de ser assim. 
Foi pena, ontem, apesar de terem dado o "litro" e terem feito um grande jogo, não conseguiram a tão almejada vitória. Como o jogo foi realizado às 18h, eu estou em crer que, ao lanche, com umas alheiritas de Valpaços ou com um bom naco de folar do Moutinho de Argeriz, bem acompanhado por "água do engaranho" ou  "tintol" da região, talvez o resultado tivesse sido diferente! Os ucranianos só cheirariam os "chispes" e o traseiro dos nossos atletas! Atenção nutricionistas! Há que pôr os nossos atletas a competir de...turbo ligado!

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Lavar ou não lavar...eis a questão


Pois é, isto de se ser avô e ver a sua neta ser sacrificada( constipação), logo de tenra idade, pela estética e neste caso específico pela beleza capilar, faz-me sentir as tripas revoltadas e respirar fundo antes que me saia um dissílabo pela boca fora...daaaa....se! Porque carga de água a miúda tem de lavar a cabeça todos os dias, à noite? É certo que está na fase de experimentar comer pelas suas próprias mãos, com  faca e com garfo. O Blakkk até agradece todo e qualquer bocado que "acidentalmente" vai  aterrar no chão. É normal que por vezes as suas mãos acariciem a sua cabeça e suje um pouco o seu cabelo. Mas, com os diabos, a miúda não vai para exposição de beleza nenhuma e um simples limpar com um pano humedecido com água morna, faria milagres. Não acompanho os seus banhos diários, completos, da cabeça aos pés(é o pai que lhos costuma ministrar em sua casa). Parece que já toma banho de chuveiro! Só faltam as otites começarem a aparecer. Algo, naquele sistema "lava jato", deveria mudar. Para já, é mais um resfriado com 38 graus de febre e nariz a pingar, tipo torneira mal fechada.  
Lavar ou não lavar...eis a questão. Entretanto avô e neta fazem por aguentar! 

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Clic para ali, clic para acolá!


 Quando de manhã, ao me levantar, abro as  portadas da janela do quarto e vejo o nevoeiro a invadir toda a paisagem em redor da minha aldeia transmontana, fico logo a pensar nas bonitas fotografias que poderei captar. Tudo parece diferente, tudo ganha outra vida, tudo se esfuma ou aparece num esfregar de olhos. Visto-me à pressa, calço as botas de montanha, bebo dois goles de água, chapéu na cabeça, pego na máquina fotográfica bem como num castiço cajado(não vá o diabo tecê-las) e acompanhado dos meus dois cães...pisteiros, lá vou eu montes fora!
Se encontro alguém pelo caminho e me dão os bons dias  perguntando, meio desconfiados, qual é a pressa, eu respondo... " Bom dia, vou à procura do sol que o nevoeiro está a tapar"!
E... clic para ali, clic para acolá!



quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Fungos a dar com um pau















Mais dois belos exemplares da família dos fungos, encontrados num jardim citadino. O tempo, neste mês  outonal, está a ser propicio para o seu bom desenvolvimento.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Amêndoas, nozes e castanhas

Este ano, devido ao verão quente e seco que se fez sentir, as colheitas começaram mais cedo. As nozes e as amêndoas já foram apanhadas e as castanhas já começaram a desprender-se dos ouriços. É um regalo para os agricultores, pois é com a castanha que acabam de equilibrar, e bem, as suas finanças. Neste mês, os que têm pelo menos uma dúzia de castanheiros adultos ganham, com a castanha, mais do que eu recebo de reforma o ano inteiro. São muitos milhares de euros que passam por baixo da fiscalização financeira. Que dá cabo das costas apanhá-las, dá, mas que ficam com o resto do ano para as endireitar e viver à custa delas, também é verdade. É o ouro da terra fria transmontana!