segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Última fotografia com o Nodi


Este fim de semana passei-o em Trás-os-Montes. Já estava com saudades de ver o Nodi(cão podengo) ao qual eu tenho uma afeição especial. Ao verificar que não tinha andado à luta com outros cães(ausência de feridas) fiquei convencido que estava a ganhar juízo. Dizem que com a idade cresce o juízo e diminuem outros ímpetos. Só que reparei que depois de ele encher o depósito em minha casa, que é como quem diz, comer a sua ração complementada com uns húmidos, ele desaparecia por umas horitas mas vinha dormir a minha casa como costuma acontecer, sempre que lá estou. Pensei que andava cadela com cio lá pelas bandas. E a minha desconfiança confirmou-se, estávamos a apanhar umas maçãs, ao fim da tarde de sábado, num terreno à entrada da aldeia e com o Nodi muito refastelado à sombra de uma macieira, quando passou na estrada uma cadela com um grande número de fãs, atrás de si. Quando  se apercebeu daquela "procissão", correu que nem um desalmado para se integrar no grupo. O Blakkk, o meu cão citadino, também correu um pouco atrás deles mas logo desistiu e voltou para trás, como que a pensar que não tinha arcaboiço para competir com aqueles latagões. O Nodi só apareceu já noitinha, para comer e dormir. Fiquei admirado.Pensei, cá com os meus botões, que a cadela com cio ainda não estaria no ponto de rebuçado. Neste domingo, de manhãzinha, fomos dar o nosso passeio habitual, rumo ao pinouco(monte sobranceiro à aldeia com um marco geodésico), e claro, como era hábito, Nodi e Blakkk à minha frente entretidos a pesquisar e cheirar tudo que merecia essa atenção. Só que eu, para tirar mais umas fotos de outros ângulos do incêndio que por lá andou há umas semanas, optei subir o monte por um percurso diferente do habitual. Nunca mais os vi e estou convencido que devido ao ainda cheiro forte de terra queimada eles não me apanharam o cheiro nem o rastro. Conclusão, estive no pinouco a apreciar a paisagem, voltei para a aldeia e só ao chegar é que vi o Blakkk à minha espera, junto às primeiras casas da aldeia. O Nodi nunca mais foi visto. Quando me vim embora, para a cidade, depois do almoço e quase a horas de lanchar, o seu paradeiro era uma incógnita. Já não apareceu para comer. Mais uma vez a lei da natureza foi mais forte e lá foi ele disputar mais uma donzela no meio dos montes. Em que estado virá é que não sei.
Quem tem filhos tem cadilhos, diz o ditado popular e eu complemento, quem tem cães também os tem!

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