segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Cabecinha pensadora



Por vezes, ter só duas mãos não chegam para as necessidades. Podem até provocar incidentes um pouco a contragosto. Esta tarde, passeava o Black quando me lembrei de telefonar para um amigo que já estava em linha de espera há uns bons pares de horas.Trela bem segura no meu cão precavendo sempre um ataque inesperado de algum canídeo solto e rezingão, porque toda a segurança é pouca.  As duas mãos estavam ocupadas mas, e há sempre um mas, o meu "lulu" resolveu contribuir para os "presépios" com mais um montículo de matéria moldável. Travei a trela, avisei o "artista" para estar parado e quieto, peguei numa só mão o telemóvel e a trela, sempre à espera de um esticão e ver o "tlim, tlim" estatelar-se na relva e interromper abruptamente a conversa que estava a ter com o meu amigo. Nos entretantos, procuro com a outra mão  no bolso respetivo do meu casacão as famigeradas saquetas de recuperação dos "presépios". Selecionei uma delas o que já por si só não foi fácil e lá consegui abrir a saqueta  com uma mão, introduzir a respetiva mão na dita e apanhar o poio, mas a seguir veio a parte mais complicada e delicada, como dar a volta ao saco com a m...lá dentro e tirar a minha mão para o lado de fora? Quase me apetecia atirar télélé e pega da trela pelo ar e rapidamente fechar aquele presente mal amanhado e mal cheiroso. Comecei a espremer o saco um pouco mais acima do volume anatómico e já com ele quase a chegar à minha cara lá consigo agarrá-lo convenientemente e, mesmo meio aberto e tudo, introduzi-o na primeira papeleira que encontrei no jardim. O tempo, climaticamente falando, estava frio mas iria jurar que quando acabei aquele servicinho, e terminei naturalmente a conversa com o meu amigo, senti uns apertos que nem é bom confessar. É que também me tinha passado pela cabeça pegar o saco com os dentes para ajudar a mão a fechar o saco. Mas depois lembrei-me que era melhor não fazer essa experiência, não fosse o diabo tecê-las.   

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