quarta-feira, 18 de abril de 2018

Burriquices



Não tive amas nem infantários. No meu tempo de infância isso era um luxo, só atingível para uma pequena elite social.  Os meus avós foram quem me moldou. A rua era o meu lugar privilegiado para as brincadeiras. Desde o meu tempo de escola primária, liceu e por aí fora, era comum, usual, ouvir dizer que alguém que respondia mal a uma pergunta ou disparatava sobre um qualquer outro assunto, que essa pessoa tinha dito uma burrice ou então, mais direto, que essa pessoa era burra. Agora, nestes tempos "modernos" mais avançados, mais aprofundados psicologicamente, em principio pensar-se-ia que seria de mau tom e quiçá até traumatizante dizer que alguém era burra ou tivesse cometido uma burrice. Os tempos são outros, as psicologias, as banalidades evoluíram e as novas gerações já crescem e evoluem noutros sítios mais educados e instruídos. Daí a  haver um "licenciamento" generalizado da juventude, em  tratamentos humanos, foi um pequeno/grande passo. Presentemente dizer a alguém ou de alguém, que é burro, é estar a dar-lhe um patamar já generalizado de estatuto social. 
Um político,um governante ou até uma guia turística, dizer ou fazer uma burrice é já banal. Ninguém leva a mal. Ao atravessar o túnel do Marão, a guia turística, que me acompanhou neste fim de semana na "Rota de la Lhéngua  Mirandesa" querendo dar uma de conhecimento geral, avançou com uns curtos 1566 metros de extensão deste túnel. Falhou por pouco nos números lançados (ao vento) por si, mas falhou por muitos na sua extensão. O algarismo 1 não tem razão de existir e só deveria acrescentar um 5 no fim.  Na realidade são só... 5.665 metros. Quase que acertava! Sai-me cada capicua!

Nenhum comentário: