quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Hoje, dia do ANIMAL


Um caracol, mesmo caracol (verdadeiro), veio desde Trás-os-Montes, por esquecimento, no meio de alfaces. Quando dei por ele, estava prestes a ir "desta para melhor" quase a caminho do rio Douro, via canos de esgoto. Saltou-me o instinto de conservação da natureza e guardei-o numa bacia com uma folha de alface para seu alimento e proteção.  Mais tarde, poderia mostrar à minha neta aquele animal tão "sui géneris". Claro que a miúda logo o quis adotar como (mais uma)  sua mascote. Ficou porém, em minha casa, para eu superintender uma vigilância apertada não fosse o gastrópode "dar à sola". Quando se aproximou a noitinha, fui ver como se estava a dar naquela improvisada instalação  e, qual foi o meu espanto, dele, nem rasto. Procurei, procurei e nada. Fiquei petrificado. O que iria dizer à minha neta quando no dia seguinte viesse saber dele? Fui-me deitar, triste, a pensar naquele tão brusco desaparecimento. 
MISTÉRIO!
 De manhã, por uma descarga de consciência fui, outra vez, ao local do "crime" e não é que ele estava sensivelmente no mesmo sítio da bacia mas, desta vez, do lado de fora? Dei um UAUUU de alegria e voltei a pô-lo dentro do recipiente, com mais uma folha de alface fresquinha(saída do frigorífico) esperando, ansiosamente, pela chegada da minha neta. 
Assim aconteceu, mas quando me apercebi que o queria levar,  no dia seguinte, para o infantário para o mostrar aos outros "anjinhos" comecei a vislumbrar uma morte  prematura e horrenda do bichinho com a sua casa desfeita, babando-se por todo o lado, com os seus corninhos pedindo fim a aquelas atrocidades. Decidi pô-lo em liberdade e, pé ante pé, sem que ela desse pela minha saída de casa,  peguei na folha de alface mais o hóspede e fui libertá-lo no meio dos canteiros de flores cá na minha praceta.
Mais tarde... 
- E O CAACOL... FUGIUUU?!?!?!
- Deve ter ido ter com a sua mamã e papá mais o avô e a avó!!!  

RESPONDI  EU, meio encabrunhado, mas feliz por ter feito uma boa ação.

A esta hora, se ainda estiver vivo, o caracol sozinho, numa floresta de flores, à mercê de um qualquer predador, deve estar a pensar que os HUMANOS são uma raça insensível, que põem e dispõem, a seu belo prazer, da vida dos outros animais.
E não andará muito longe da verdade... penso eu. 

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