quarta-feira, 9 de maio de 2012

Memoriando...





Há muitos, muitos anos, ainda envolvido na minha vida de estudante, convivia com muitos amigos.  Um deles era o Nogueira.
O Nogueira gaguejava compulsivamente e, vim a constatar com o decorrer do tempo que  também mentia a torto e a direito. Era um mentiroso compulsivo. 
Hoje em dia daria um bom político. Até a gaguez lhe daria um cunho de credibilidade, de autenticidade, de empenhamento pela causa. E então com um pouco de suor na testa...
Mas nem tudo tinha de mau.
Por exemplo,tinha uma irmã, de nome Albina,boa como o milho, com um peculiar nariz adunco. A rapariga engraçou comigo(presumo). Eu, nem tanto, mas lá íamos...conversando.
Esse meu amigo, com o passar do tempo, ao aperceber-se da paixoneta da irmã, e sabendo(mea culpa) que eu não era pêra doce( já naquela altura levava uma vida muito pouco ortodoxa), tratou de através da sua "arte natural",ir minando o ambiente até chegar ao ponto de nos afastar radicalmente.
No fundo,no fundo, até agradeci( a coisa estava a ficar séria e eu...uffa). Mas a forma como o fez,através de aldrabices e pelas minhas traseiras(costas) magoou-me. Senti-me agri-doce. Por um lado...mas pelo outro...
Para a sua irmã, estancar os seus sentimentos, também não deve ter sido nada fácil.
 A nossa amizade, esfriou a partir daí, até acabar mesmo por se diluir completamente no tempo.
Nunca mais nos contatámos. Éramos "teenagers", e o tempo encarregou-se de amenizar as mazelas.
 Passados umas dezenas de anos,por casualidade,dou de caras com o meu velho amigo, mas não camarada de armas, Nogueira.
O que fazes, o que não fazes. O que faço, o que não faço.E, claro, com o bichinho da curiosidade a morder-me a ponta da língua,como quem não quer a coisa, perguntei-lhe o que era feito da sua querida irmã. Fiquei a saber(?) que era professora  numa escola(...) do Porto, casada(?) e com filhos(?). Fiquei com um semi sorriso estampado no meu rosto mas, com milhentos pontos de interrogação a inundarem-me o cérebro. Pensei..., olha, exatamente como eu, professor, casado e com filhos! 
Lembrei-me depois, porém, que ele era, é, e continuará a ser um mentiroso compulsivo.
Nunca confirmei o que ele me tinha informado sobre a sua irmã,  mas deu para  ficar a pensar como teria sido o meu destino se ele não fosse um...
O destino traça o nosso caminho ou somos nós que o traçamos?
Que nos aparecem muitas encruzilhadas ao longo da vida é verdade, mas creio que somos nós próprios que temos a última palavra na escolha.Ou será que não?
Estou-me a lembrar do FMI, por exemplo!!!

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