quarta-feira, 9 de maio de 2012

O meu amigo Mário










O meu amigo Mário é tu cá tu lá... com fantasmas.
Os seus últimos anos têm sido recheados de acontecimentos fantasmagóricos. Não os vê mas, sente-os na pele.
Os seus hobbies predilectos são a caça e a pesca. Só que, digo eu, quando vai à caça é caçado, quando vai à pesca é pescado e até à fisga seria... fisgado.
Não é profissional, mas gasta as suas horas vagas, que são imensas, nas estratégias a montar e material a usar.
Para a caça é ele quem escolhe as armas, as oleia, as calibra e enche os cartuchos com os chumbos certos e quantidade de pólvora certa, para a "caçada" que tem em perspectiva. Procura o local ideal, a hora perfeita mas, esquece-se de "convidar" os actores principais - as suas "vítimas".
E, sem esse pequeno pormenor, saem-lhe os tiros pela culatra. Vem de mãos e carteira a abanar porque todos aqueles preparativos não ficam baratos.
Psicologicamente vem abatido mas põe sempre aquele sorriso nos lábios de vencedor, vencido.
Na pesca e para a pesca é ele quem faz os engodos, escolhe os anzóis, faz as amostras, pesa as chumbeiras, afina os carretos, verifica se o fio não está traçado e leva sempre quatro ou cinco canas não vá o diabo tecê-las.
Escolhe bem as marés, procura os melhores locais, veste roupa adequada mas...quanto a pescado só o da peixaria mais próxima.
É um desastre completo mas não desiste de vir a ter um dia em cheio, tipo jackpot do euromilhões.
Depois quem o ouve não é surdo;"vi ao longe um bando de patos bravos, atirei, mas não estavam bem ao meu alcance" ou então, "vi um cardume de robalos, enormes, mas não pararam para morder o isco".
O meu amigo Mário é... fantasmagórico.

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