sábado, 18 de abril de 2015

Na vida do Blakkk nem tudo são rosas





No dia 3 deste mês, sexta-feira santa(feriado nacional) quando íamos a caminho do jardim Soares dos Reis, o Blakkk foi atacado no passeio, por um cão corpulento, por trás, à sucapa. 
Estava, naquele preciso momento a ser apaparicado, não eu, mas o cão, por uma menina que trabalha numa sapataria da zona, e aconteceu o tremendo reboliço, com o Blakkk a gemer por todos os lados e feitios. Eu, ensarilhado pela trela, tentava agarrar o agressor pela sua coleira mas com o seu peso e os meus puxões, desprendeu-se a dita e ainda tive que o suster e encaixá-la. Finalmente lá o consegui dominar, acalmar e encaminhei-o para o outro lado da rua.A senhora que me ajudou a separá-los ainda ficou ferida num dedo, supostamente mordido pelo meu, em sinal de desconsolo.  Com ele ao colo, todo dorido,  consegui descobrir onde morava o cão agressor(ali mesmo a uns 20 metros).  Questionei a senhora/dona que estava de robe, à porta do seu prédio, do porquê daquele cão andar solto e sem açaime. Fui maltratado verbalmente e ameaçado fisicamente( ai estas minhas gentes do norte). Disse-lhe, em voz de raiva contida, civicamente, que o iria levar ao veterinário e virei-lhe costas, deixando-a a vociferar.Fui buscar o meu carro e dirigi-me ao hospital veterinário de Santa Marinha(sempre aberto 24 horas), em frente à Macro.
Aí, apesar de ser uma urgência, o doutor começou por me perguntar se eu já lá tinha ficha. Respondi que não e encaminhou-me para o balcão, onde, eu, pacientemente, com o cão sempre ao colo, lá ditei para o computas ,os dados que achou prementes/pertinentes.
Só depois(oh vil metal) me encaminhou para a marquesa e perguntou o que se tinha passado. Expliquei-lhe. Procurou  ferradelas e possível sangue. Não detetou qualquer perfuração da pele. Auscultou-o, pesou-o e meteu-lhe o termómetro no traseiro. Disse-me que a sua temperatura estava normal. Fiquei mais descansado. Receitou-lhe dois géneros de comprimidos, uns contra as dores e outros para possíveis infeções. Mandar-me-ia o relatório, via email, caso eu precisasse dele para futuras queixas a quem de direito.
Paguei 65,50 € e bom dia, as melhoras, que vou aviar outro paciente canino.
Mais tarde, passados uns dias, vim descobrindo as feridas das mordidelas(nenhuma detetada pelo profissional) no corpo do Blakkk. Uma delas, mesmo por baixo da sua coleira, era mesmo funda, com carne ao dependuro. Com betadine as feridas foram sarando e presentemente as crostas já estão a sair, sinal de que está a sarar tudo bem.
Porém, a partir daquela data, aqui na cidade, quando o levo à rua,  anda sempre receoso de tudo e de todos, olhando a cada passo para trás  e, então quando depara com a dita menina da sapataria(que se davam tão bem) aí é que tenta fugir mesmo a sete pés. Associou a menina ao ataque e vê-se que ficou traumatizado. Até quando? Só o tempo o dirá. 
Durante a nossa estadia(entretanto) em Trás-os-Montes, nunca lhe detetei qualquer trauma ou receio de conviver com as pessoas e cães da aldeia.
Fiz uma carta com o relatório e despesas tidas com tudo isto e meti na caixa do correio da senhora/dona. Os 65,50€ foram depositados, dois dias depois, na minha conta bancária e com uma troca de emails(mais ou menos civicamente caninos) dei por terminada aquela desventura do Blakkk. 
Vim a descobrir que o outro cão era pretendente a"Alfa". Presumo que o meu seja "Beta", na hierarquia canina. Eu, devo ser "Gama", na hierarquia humana. Sou constantemente "GAMADO" pelo Estado português! 

    

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