quinta-feira, 15 de junho de 2017

Há dias e... dias

Ontem, o dia ficaria registado no meu diário, se o tivesse, por dois casos. O primeiro, já o relatei aqui, foi o ocorrido na primeira passeata do dia com o meu cão. O segundo, como não podia deixar de ser, ocorreu durante a terceira e última passeata com o Blakkk....claro. Eu conto:
Estava eu, mais o meu dito rafeiro, em amena troca de olhares tentando chegar a uma conclusão do percurso a calcorrear quando passam por nós dois rapazes/homens dos vinte e muitos ou trinta e poucos anos e um deles aproxima-se, pára e diz-me que eu se calhar não o reconhecia, mas tinha sido seu professor de Educação Física na escola E.B.2/3 T. L.(agora com outro nome pomposo) e que tinha sido o professor que mais o tinha marcado pela positiva, mesmo para o resto da sua vida e que nunca me esqueceu. Agradeci, como me ocorreu naquele momento tais elogios, despedi-me dele, fechei a boca do espantado Blakkk que estava atónito a ouvir aqueles louvores e já começando a andar, pelo percurso que o meu vira-latas queria(concedi-lhe a sua vontade), fui a pensar que aquele meu ex-aluno, de certeza, não me tinha como professor às segundas-feiras, pois, quando calhava do Porto ter perdido, no domingo anterior, eu ia para a escola totalmente condicionado ao meu estado de espírito...revoltado e, como quando o mar bate nas rochas quem paga é o mexilhão, está visto que aquelas aulas eram dadas/administradas quase em "piloto automático". Eu parecia mais um zombie, meio anestesiado pela desgraça do meu clube do peito...desde que nasci!
Reconheço que, como professor, tinha aquele calcanhar de Aquiles.
Mas, tirando a farfalhuda barba preta que cobria uma boa parte da sua cara, eu ainda reconheci o miúdo aguerrido, voluntarioso e bem educado que me tinha passado "pelas mãos" e que pelos vistos ajudei a moldar o seu caráter e caminho a seguir nesta vida. O seu nome é que já faz parte do nevoeiro que a minha memória seletiva é pródiga. 
Há dias e ...dias.

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